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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Origem (Inception)

 

Antes de fazer um comentário bem caprichado e intenso do filme, quero (com o perdão da má palavra, mas, sem malícia) meter o pau neste título mal traduzido que foi escolhido para o Brasil.

Inception ganhou a péssima adaptação de "A Origem" pelo motivo, acho eu, que "Inserção" - a tradução mais coerente - não seria muito atrativo para o público. Origem denota mais mistério e portanto, é mais "vendável".

Quem escolheu este nome só fez uma pesquisa preguiçosa no Google Translator onde, nesta ordem, são dadas as seguintes traduções:
1. início
2. começo
3. princípio
4. colação de grau (?)
5. absorção

Durante todo o filme é explicado que se precisa "fazer a inserção" de uma idéia numa pessoa - ou seja, fazer ela "absorver" esta idéia em sua mente e com isso mudar o destino de uma mega empresa, de bilhões de dólares e pessoas. Todo o objetivo da trama e dos personagens envolvidos é este, e a palavra inserção é usada dúzias de vezes por eles.

Mas uma - apenas uma vez - aparece o termo "A Origem" nas legendas do filme, e mesmo assim, você ouve Leonardo di Caprio falar "about the inception" (sobre a inserção) e não "A Origem". Fica claro que esta foi uma tentativa mequetrefe de "justificar" o capenga título brazuca, alterando discretamente uma fala. Não há muito o que fazer agora, pois este é o nome que foi dado aqui no Brasil, e é assim que será conhecido e lembrado pelos brasileiros por séculos. Tenhamos paciência!

Mas se a tradução do título não ficou boa o bastante, qual seria melhor? Sinceramente, não sei e não vou perder tempo pesquisando, pois ninguém vai me pagar por isso. Apenas acho que, numa língua tão rica e variada como a nossa, alguma outra palavra se encaixaria melhor para traduzir o sentido de Inception.

Mais uma vez, a preguiça e a comodidade levam a melhor em nosso relaxado país.

Agora que já teci minha crítica sobre o título pessimamente traduzido por aqui (A Origem??? Aff... Fala sério...), posso falar do filme em si.

Desde Matrix (o primeiro, memso sendo pura cópia modificada de Ghost in The Shell) não via algo tão bom (em quesitos de efeitos) numa telona. Bom roteiro, bons personagens, efeitos especiais de encher os olhos e tirar o folêgo, uma leve pitada de humor, tudo isso distribuido na dose certa dentro de uma trama muito bem elaborada, executada, explicada e dirigida.

Inception, por mexer com coisas tão complexas como a mente, os sonhos e a psique humana, tinha um longo caminho cheio de armadilhas até o final. Não é à toa que o projeto exista há dez anos e só agora virou filme. É preciso muito malabarismo dos roteiristas para que uma história de temática genial, mas em estado bruto, não descambe para um filme mequetrefe e vagabundo (como normalmente acontece). Imagino que o roteiro de ter sido revisado várias vezes até chegar no que se vê na telona. Mas a demora e o resultado, como um bom vinho envelhecido em barris de fino carvalho, valeram a espera.

No filme explica-se que o exército teria desenvolvido um modo de "fabricar" sonhos e usado isso como uma forma avançada de simuladores de combate para soldados (e sim, existem estudos, mas estão muuuito longe de projetar algo diretamente na mente). É claro que isso foi usado como arma, para retirar os segredos mais profundos da mente quando a pessoa está dormindo, através de sonhos artificiais. Os especialistas nesta nova forma de espionagem são chamados Extratores.

E o herói da história, um Extrator que falhou em sua ultima missão, recebe uma oferta insólita justamente do mega-empresário japonês que fora seu ultimo alvo: se conseguisse "inserir" (inception) com sucesso uma idéia através dos sonhos na mente do herdeiro da mega-corporação concorrente, ele terá sua ficha limpa, podendo voltar para o EUA e seus filhos com todos os pecados perdoados. É uma oferta tentadora demais para recusar.

O problema é que inserir uma idéia é considerado impossível. Para isso, como num bom filme de aventura no estilo RPG, ele recruta uma equipe com os melhores nas diversas funções que manipular um sonho exige: um pointman (pesquisador), um forger (forjador - mistura de ladrão, espião e ator), um chemical (químico, especialista em drogas para sono) e finalmente uma architect (arquiteta, responsável por criar a "arquitetura" do sonho). E o contratante faz questão de também embarcar junto no sonho, parta ter certeza que o serviço será bem feito!

Mais que isso não dá para contar sem estragar a história. Apesar das explicações complexas, tudo fica bem claro para quem assiste, se prestar atenção tanto quanto o fez para um, por exemplo, Iron Man. O filme não tem nada em excesso e cumpre sua função de divertir. Quem não viu, vá ver o quanto antes que vale MUITO a pena!

Será que os USA voltarão a fazer mais algum bom filme depois desse? Quem viver, verá (ou não)!


YATTA!


bye-Q!

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